segunda-feira, 29 de julho de 2013

Relicário imenso amor

Meia luz não basta
nem luz acesa
Quero tudo apagado!
Quero o silêncio da noite
nessa madrugada fria

Gritos e sussurros da música
o cacarejar da galinha alheia
vivo num emaranhado ou numa simples teia
cada fio é uma ligação
feito pelo meu coração

Meias palavras não bastam
as luzes se apagam
e meus olhos se fecham
Respiro a fragrância do teu perfume em sonho
e logo suponho
que sinto saudade
parece até uma crueldade

Suave e leve como pluma
você não foi mais uma
Guardo minha essência
me permita ser uma persistência
Insisto porque foi real
vivíamos em um mundo surreal

Imagino e sinto o teu carinho
sinto saudade dos nossos dias
e das nossas noites
trancadas em um quarto escuro
E o teu corpo quente esquentando o meu
Meus pés estão gelados!
parece que foi ontem que você esteve ao meu lado.



sexta-feira, 26 de julho de 2013

Primeiro poema para Nuvens, minha bicicleta.

Nessa noite eu sai sem receio
sem medo de sentir frio
sem medo de sentir anseio
escorrego nas descidas que me são proporcionadas
abuso da força, contraindo os nervos flexionados
chego no topo e me sinto no mundo dos amados.

Nessa noite eu sentei entre as árvores
senti o cheiro de mato
parece sensato
vi que a natureza sofre maus tratos
E acompanhei sua vitalidade
esquecendo a crueldade
fiquei entorpecida,
cheia de vida.

Nessa noite eu amei o céu
da lua eu fui o réu
E as estrelas cintilavam
pareciam faíscas,
fogos de artifícios que imploravam pelo meu olhar
e estavam ali por mim, à brilhar
pois só havia eu naquela imensa rua
e eu estava com a alma nua

Nessa noite eu senti tudo conspirar
pequenas vivências me fizeram amar
o pensamento dançando nas nuvens
o corpo montado a uma bicicleta
de cor bonita e discreta
E sorrindo pro vento
percebi que a felicidade vem de dentro

Nessa noite eu sai sem medo
passei longe do desprezo
vejo a lua sorrindo
e quanto mais ela brilha, mais rápido eu vou sumindo.







quarta-feira, 24 de julho de 2013

Teartrop vino

Constantemente de me lembrava que existir
é um dom que poucos terão
inconstantes, desequilibrados
bipolares e loucos
é o que todos nós somos
corações com feridas que cicatrizam
mentes perturbadas com o futuro incerto
sentimentos que oscilam a todo momento
nós não paramos
e permanecemos inquietos

terça-feira, 16 de julho de 2013

Tempo bom

Tempo bom,
faz frio
e poucas roupas me aquecem
retomei meus sonhos
andei por ruas diversas
sem um atual destino
pensando no que era possível
e descobri que existir é a maior possibilidade
brilhando em vida
vibrando amor e paz
correndo pela felicidade
cheia de pressa
sentindo o estremecer da bicicleta
passando com os pneus nos paralelepípedos
vendo os rostos tímidos
enlouquecidos com tanta beleza
há tanto amor na natureza
que o sentimento brota
não se esgota
pois não há desistência dos que ousam acreditar
vejo ingenuidade em cada olhar
pupilas cheias de anseios
e digo, é bobagem deixar pra trás
acredite no que és capaz






segunda-feira, 15 de julho de 2013

ser livre é ter um caso de amor com a própria existência

Em diferentes espaços de tempo
há feições de descontentamento
não há perfeição que aqui habite
uso roupas pesadas em meu ser
e escrevo para esquecer
oculto o desejo que me esconde
não sei onde
As sensações hoje são diferentes
dias frios, dias quentes
sinto o sol raiar mais forte
o céu parece uma tela pintada
a arte expressada com a boca calada
nuvens que fazem desenhos no ar
cores que vão dando vida
não há porque desanimar
E nós, vamos rabiscando os cenários que a vida nos impõe
vamos conquistando
resgatando nossas tradicionais culturas
para que possamos mostrar nossa textura
e através do espelho fazer nossa própria releitura.



terça-feira, 9 de julho de 2013

00:55

Sou as revoltas
que não aconteceram

Sou as desgraças
que já padeceram

Sou o tempero vivo
e também o seu pequeno abrigo

Sou os caminhos perdidos
ou passos dados escondidos

Quero a chance de poder mudar
de gaguejar ao tentar falar
Quero ver, junto a ti
o céu escurecer
fazendo o sol do dia desaparecer.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

03:03h am

Não se deve esquecer 
um fim de tarde quente
esse sentimento está indo embora
confirmamos dizendo "já era hora"

Não se deve esquecer
um fim de tarde fria
e não há sentimento que descreva
tamanha futileza

Não se deve esquecer
um fim de tarde
e, não importa se é frio ou quente
o que realmente importa
está guardado dentro da gente

É tudo, é nada
é um esvaziamento
a todo momento.



quarta-feira, 3 de julho de 2013

Processamento dos sentidos

Inspiração que vem
e também vai
que sai correndo pelas ruas feito criança:

a voz vai fugindo da boca
as ideias são muitas e não cabem no pensamento
e talvez venha uma lembrança de descontentamento:
fujo da minha própria memória

a caneta escorregando entre os dedos
o coração pulsando como rapidez

Inspiração aqui se faz
é só uma questão de tempo
e descompassadamente o dia aqui se desfaz

o sol já está atrás das montanhas
as pessoas correndo entre as calçadas
os carros buzinando sem parar
e os pais buscando seus filhos na escola
o mendigo continua ali parado
na rua principal implorando a esmola
o taxista estressado com o trânsito se descontrola
e as ruas?
cobertas de pó
postes, prédios, cenários diversificados
ou simplesmente pessoas
que continuam deixando o frio contagiar
rasgando seus lábios

Somos como lutas
confusas disputas
e eu continuo gritando!
tropeçando nas ilustres mentes entorpecidas
que continuam com seus traseiros no sofá
questionando suas vidas
e os planos que foram deixados para trás

precisamos de uma jornada
mesmo que seja uma eterna caminhada

no fim acabo respondendo todas as minhas perguntas:

hora de dizer adeus à fantasia
e tomar um remédio pra curar essa azia,
não aguento mais sentir o gosto amargo
do pouco que de nós restou.