sábado, 16 de junho de 2012

Genérico do ''Vicodin''

Sem querer descobri que quem quer mesmo se suicidar, consegue. Procurei na internet, é mais fácil que se cortar com a gilete, são apenas 87 comprimidos de hidrocodona. A dose letal, dependendo da tolerância que estaria em torno de 50 ou 60 miligramas, ou mais. Se você tomar todos os 87 comprimidos, tomaria mais de 650 miligramas, o que é suficiente para alguém com meu peso. Tenho só 47 quilos. Alguém que pesasse 55 quilos, morreria com apenas 10 comprimidos. Acho que 87 dariam conta. Acredito que não tem nada mais triste do que sentir-se tomado pelo sentimento terrível do vazio da vida, não ter interesse nas atividades do dia a dia, como comer, trabalhar, ler, fazer sexo ou outras coisas comuns. Passar muito tempo dormindo. Normalmente o suicídio é visto como um último recurso, algo em que as pessoas pensam quando a vida se torna insuportável, impossível de ser vivida. Você consegue imaginar o tamanho da sujeira que isso causaria? Causaria uma bagunça tentar se matar, seus familiares e amigos iriam te encontrar e teriam que limpar tudo. Porém, encontrei a solução, pensei que pudéssemos entrar no mar... tomar todos os 87 comprimidos e deixar o corpo cair devagar, no bater das ondas. Adormecer eternamente sem que ninguém encontre o seu corpo. Não estou influenciando ninguém a nada, só quero que esse drama tenha um fim, quero que esse policiamento dos pais para com os filhos acabe e que diminua a busca de ajuda psíquica. Ninguém que deseja mesmo se matar opta por uma gilete. As pessoas são tolas. Se você deseja chamar a atenção pratique coisas boas para que as pessoas se sintam reconhecidas e reconheçam o seu ''trabalho'' também. Eu não decidi me suicidar, eu acho que a vida faz sentido. Adoro comer, normalmente não me incomodo com o meu trabalho, leio sempre, saio com os amigos pelo menos umas duas vezes por semana, sou absurdamente apaixonada pelo que optei cursar na faculdade, sinto-me no meu estado de excelência fazendo qualquer coisa, toco meu violão (mesmo desprovida de uma voz bonita e sem ter muita coordenação motora para improvisar arranjos musicais) e quando não estou em uma relação onde tenha sexo regularmente, me masturbo muito. Quanto a dormir muito, bem que eu gostaria, mas a minha jornada requer muito mais do que o tempo que tenho, ou o que um dia de 24 horas pode me oferecer. Durmo 5 horas por dia e nem por isso acordo mau humorada, acho que ver o sol nascer desperta um interesse pela vida em mim. Se eu não gostasse de onde estou, não estaria voluntariamente aberta para discutir sobre vários assuntos com pessoas distintas. Acredito que sempre há um caminho para fazer o sonho acontecer. Uma encruzilhada surge pra te deixar confuso, mas o verdadeiro caminho a seguir será uma determinação sua, sem intervenções do ''estado''. Vontades, anseios e desejos. Acho que estou encarcerada na minha vida, ''institucionalizada'' é uma palavra melhor, é como se o tribunal estivesse me obrigando a algo. Sinto-me inteiramente feliz e não aceito justificativas de quem não encontra um motivo sequer, para continuar.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Atributos diferentes incontroláveis

Seria genial escrever algo sobre o que eu sinto e confesso, que seria mais incrível ainda se eu conseguisse descrever exatamente meus momentos, o que sinto cada manhã quando tiro os meus pés da cama e fixo-os no chão. Seria sensacional descrever esse mutirão de emoções e essa complexidade de sensações que, de fato, sinto. Fome de mundo, sede de palavras e ideias. Explorar o mundo, o prazer e a felicidade. Eu diria que sou hedonista, acho que este é o único padrão que sigo por ser um estudo grego que estuda uma teoria ou doutrina filosófica-moral que afirma ser ''o prazer'' o supremo bem da vida humana. Concordo e apenas deixaria incluso ao meu conhecimento as ideias alheias, para me acrescentar... sugaria tudo de bom que há em você, como um dementador... e esclareceria que a palavra ideal pra me definir seria: flexibilidade; a  palavra chave: auto-estima. Quais são suas opiniões políticas? Quais são suas crenças religiosas? De onde tiramos a base para justificarmos nossos sentimentos? Você tentaria definir... apenas tentaria porque nenhuma base teórica realmente concreta temos, pois ainda estamos iniciando nosso ciclo de conhecimento. Se você sabe onde quer chegar, já sabe que deve começar. Sair do casulo, voar, desprender-se do que te torna incapaz de viver da maneira que você deseja, fugir dos corvos, escapar da fumaça que vem das fábricas e procurar na imensidão o bosque mais lindo e puro pra voar, o céu mais azul para avistar. Iniciar um novo plano, construir uma nova meta, desafiar-se a falar em público, tremer, levantar da cadeira e correr... correr contra o tempo, fazer 10 minutos do seu dia valerem a pena, comprar flores pra enfeitar sua casa, comprar um livro barato em um sebo pra renovar a prateleira que está esquecida no seu quarto. Conhecer novas palavras, descobrir, sonhar, acordar, transparecer, viver. Tirar o pó do móvel inútil abandonado na sala. Decorar um poema e declamar. Beber, vomitar. Acho importante o momento, esse tornou-se meu princípio, favorecer momentos bons ao próximo, porque essa é a única forma de ser lembrada de forma pura, digna de um respeito saudável, sem sofrimentos e ressentimentos, sem mentiras e enganos. Deixe o chilique te invadir, a perna tremer sem querer. Se o prazer é configurado com total ausência de dor, eu afirmaria que ele é dominado pela razão, logo, existe a moderação, o equilíbrio, a convicção de que podemos solucionar da maneira como almejamos tudo que queremos. Faça um desenho, doe pra alguém. Escolha uma música, dedique-a. Transforme tudo que puder. Opte pela mudança e com toda certeza, você jamais será esquecido por tornar, de forma única, algo simples em ''o dia perfeito'' de alguém.