sábado, 22 de dezembro de 2012

Aperte o cinto

Quando quiser dizer adeus
Não diga
Simplesmente vá,
não se perca
a estrada pode ser longa.
Ria e chore
como o rio que corre
nas pequenas cidades do meu interior
Liberte-se
Estrague-se
Vicie-se!
Vicie-se na felicidade...
Entre em contato com a natureza,
Você pode ter certeza
que o mundo não nos pertence mais,
acredite que és capaz
e assim vencerás

Ande, corte as curvas
E pegue um atalho
Desvie do orvalho,
Escape dos buracos
Acelere,
porque se tem uma coisa que o tempo não tem
é pressa.



sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Nascer do sol

É difícil dizer,
sei que só o tempo irá me entender.
Quantas coisas ficaram pra trás?
E se ficaram... foram banais?
Me sinto só
Tento entender teus passos
mas não sei onde estou pisando.
E nesses olhos
por trás, existe dor
onde ninguém precisa ver,
muito menos entender.

Morro das pedras, 05:41h am

domingo, 16 de dezembro de 2012

Para quem já viu o mundo se acabar

Para quem já viu o mundo se acabar mais uma vez como eu, em céu escuro e coração partido. Não se pode acreditar em fim de tarde quente. Para quem já chorou ouvindo o próprio nome, por às vezes ser uma agressão estar dentro de si mesmo, os olhos que ardem já não ficam tão vermelhos quanto antes. E para quem ainda acredita que um sorriso entregue - separado por um vidro, pelo ar, pelo tempo - é capaz de despertar uma partícula de esperança num constante desânimo. A vida sorri dando boas-vindas. Eu aprendi com alguém que não se deve esperar um lugar melhor para morar do que a própria consciência, mas isso não me serviu. Tive dias em que me perdi. Dias em que eu gritava de longe e não me ouvia. Dias em que eu era suficiente para sentir tudo, menos à mim. Não me encaixei no que era certo. Mas, um dia, eu não fiz nada. "Quando você não se encontra aí dentro, é porque te levaram. Olhe pra rua, olhe nos rostos." Olhei. Uma coragem de brilho nas íris acenava. Acenava, quase não atravessava a rua. Parecia que era lá que eu tinha perdido a minha alegria. Eu, que já quis fugir, que já quis deitar, que já quis calar. Sou mole. E as pessoas moles também são contagiadas por sorrisos. A vida me da boas-vindas quando me deixa respirar ao raiar do sol. Ninguém tem culpa se tenho um sentimentalismo pesado. Nasci para morrer. Mas, antes, me comprometi a desvendar sorrisos, coragens que deixaram abandonadas na estrada. Sou, antes de tudo, quem já saiu de mim. Já fui além, já voei caindo. E quando se tem chance de perder e encontrar sua melhor parte, a vivência fica como um milagre. Possível, apesar de tudo.

"Você é o amor da minha vida"

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Súbito gesto

É como a claridade
Talvez não seja muita luz
mas vence a escuridão


Sob um céu de blues







Piquenique Artístico









Para os afogados

Batendo asas, engaiolada
Correndo no quintal, amarrada
Batendo com a cabeça, no vidro do aquário.
Sou um trem
que perdeu o comando
longe da nitidez
Tão escuro,
vazio...
Cheio de nada,
e tão cheia de tudo, transbordando...
Correndo sangue dos pedaços
que restam do meu coração

Novembro

As flores murcharam
e a primavera já não é mais a mesma.
Todas as mágoas que ficaram,
resta a cada um esquecer

As pétalas das margaridas quebradas
O sol fazendo os olhos arderem,
cheios de lágrima
e a grama do quintal pisoteada

Um poço vazio
Talvez cheio, cheio de arrependimento
Um corpo vago na praia
à espera da sua verdadeira flor



Amora

Ta chovendo mulher
Mas a nuvem que eu quero
Não vem


Violão, uma arte pacificadora milenar



Rei Leão

Tem pessoas vivas lá dentro
Que loucura!
As pessoas correm
Fogem das pessoas que amam
Porque insistem em esquecer.
Eu posso ver
Esse vazio que há em você

Seu coração está pulsando?





Vejo o por do sol
Como aqueles que veem o amanhã.
Acordei,
Encontrei a felicidade nas pessoas que conheço
E desconheço
Desconheço meu jeito perto de quem me faz bem
                                                 
                               

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Linda flor


Como uma palma
Que nasce nos canteiros perdidos
Cresce em minh'alma
Grandes pedidos

A luz da manhã que acorda
Deixa o dia estável
E a vontade, pinta e borda
Oh, ser humano agradável

No amor-perfeito percebo tua sensibilidade
A cor da ambição
Facilidade em distribuir felicidade
Sei que é difícil uma decisão

Inocência, acorda!
Já é tarde
Mesmo que seja agora

Como uma flor a desabrochar
Em meu coração haverá
Sempre o teu lar

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Admirável mundo novo

Estada sentada, inquieta
Calada e fechada
Longe de qualquer lugar
Distante de amar
Estava presa em mim
Livre, solta, louca
Talvez um pouco boba
Machucada de tanto caminhar
Inquieta, à remar...

Um foco apareceu
De longe, ele se ergueu
Pronto pra me carregar
Me transformar
E, eu juro que tentei me jogar
Cai, sofri, me iludi
Estava apenas presa na pedra
No barco amarrado, que ia naufragar.
Eu tenho certeza
Que aprendi a me amar

sábado, 13 de outubro de 2012

06:47h am

Casa comigo?

Acho janeiro ótimo, fim de tarde
A festa, um luau
Não me falta tapete
Só falta seus pés descalços pra pisar

Não falta meus pés descalços
Só falta você aceitar

Não me falta aceitar
Só me falta chegar

Eu vou te esperar.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Com carinho, à minha segunda maior saudade!

Presença é uma "coisa" horrível, a gente se acostuma, se apega, idealiza como um sonho até concretizar. Com certeza, esse está sendo o maior distanciamento físico vivo que estou enfrentando. Eu sei que eu poderia correr em todas as ruas, gritar seu nome até que todos me escutassem, pedir e implorar informações, escutar músicas e recordar, apreciar o nascer do sol e de você lembrar. Parar no meio da aula de Direito Civil e escrever sobre a falta imensa que você faz em meus dias. Beijos dados, porém mãos e olhares distantes; um único telefonema antes do seu voo sair, fotos que deixam lembranças e aumentam a saudade, músicas capazes de lotarem meus olhos de lágrimas. Uma nova missão, um compromisso sem cobrança, algo sério sem estereótipos, um carinho inexplicável, uma necessidade de proteção, uma única promessa. "Estou um pouco atrasada, mas espero que ainda dê tempo". Uma recordação que tenho. Respeito dado, um violão acordado, o coração cheio de amor, um manual de como desfrutar e explorar lugares na Europa, um guia para não se perder, um sonho, uma coleção de filmes, uma conquista e um banho prometido de alecrim. E, vou descendo por todas as ruas, sentando em vários bancos acompanhada de flores coloridas nesse início de primavera. Feliz solstício pra você! Uma estação colorida, porém dolorosa. Flores sendo renovadas, novas árvores nascendo, um momento, uma paz eficaz e o cheiro da flor de jabuticaba que vem do jardim do vizinho. Rinite atacada por causa dos minúsculos grãos produzidos pelas flores das angiospermas. Me desafio à acreditar no destino, mas talvez seja mera coincidência. Uma dor que corrompe e avassala. Uma vontade de estar perto, de te ver tão certa, de ouvir tua voz, sentir tua ternura e preservar teu respeito, te ter muito mais. Um pacto e uma prova de resistência. Fidelidade e lealdade são palavras sem necessidade. Eu estou contigo, basta olhar dentro do teu coração. Eu te esperarei, porque o dia só vai nascer feliz novamente quando você estiver aqui!

terça-feira, 31 de julho de 2012

Na frente dos seus olhos

Eu escolheria me apaixonar pela sua ''melhor amiga'', escolheria novamente você pra pedir que presente eu deveria comprar para surpreende-la, porque foi dessa forma que eu te conheci. Escolheria o mês de abril, escolheria aceitar o teu convite de amizade no facebook, escolheria excluir todas as minhas outras conversas, com pessoas distintas, pra conversar só contigo. Eu preferiria voltar cedo pra casa pra ligar a webcam contigo, ao invés de ficar com meus amigos pela rua. Escolheria te tratar bem, me aproximaria novamente da forma mais rápida possível, pra que um dia, eu pudesse de certa forma me sentir aproximada de verdade. Eu me sentiria feliz ao falar contigo e me manisfestaria, guardaria tudo em mim de novo, pra não transparecer ser obcecada, mesmo já parecendo. Eu criaria uma conta no skype pra que eu pudesse te ver melhor, sem rasuras na sua imagem e ficaria contente ao ouvir sua voz antes de dormir, eu me permitiria insistir pra que você não fosse deitar, para me fazer companhia mais algumas horas. Eu me apaixonaria por você, eu me apaixonaria de todas as formas, eu adoraria seu cabelo colorido, adoraria teu jeitinho idiota, teu rosto patético, teu sorriso lindo, teu olhar envolvente e tuas grosserias. Eu insistiria pra você pintar suas unhas de vermelho. Eu ''estragaria'' coisas importantes na sua vida. Eu surtaria e mandaria você parar de falar comigo, pra você perceber que eu já não podia mais viver com aquela mesmice. Eu ficaria boba ao te ver e fingiria ser a pessoa mais fria do universo, fingiria não te conhecer o suficiente. Eu escolheria tomar o mesmo vinho antes de te beijar pela primeira vez, escolheria a mesma roupa. Eu deixaria você ser louca, me chamar de idiota, me xingar por eu gritar ao invés de falar, e depois eu implorar por um beijo teu. Te daria novamente aquele cigarro que fazia parte da minha carteira de 20 unidades. Escolheria ficar borrada de batom pra ganhar um beijo. Escolheria o trapiche, beira mar norte, dia 8 de julho, eu escolheria Florianópolis. Eu deixaria minha perna tremer, eu ficaria braba por você perceber. Eu te encontraria no dia seguinte, eu perguntaria pro meu melhor amigo se eu deveria te beijar novamente ou simplesmente dar-lhe um abraço como ''oi''. Eu me surpreenderia por você sentar tão perto de mim na praça XV. Eu aceitaria andar de mãos dadas contigo, pela primeira vez, na rua Tenente Silveira. Eu te encontraria em todos os outros dias. Eu deixaria de ir pra balada me divertir pra ficar apenas com a sua companhia. Eu diminuiria meu vício pela nicotina por você não gostar do gosto de cigarro. Eu dividiria minhas balas com você, eu sairia na chuva pra te encontrar. Eu suportaria te esperar chegar, por infinitos minutos. Eu deixaria você reclamar do meu jeito estranho de caminhar. Eu espremeria sua espinha. Eu iria viajar pro Rio Grande do Sul de novo, e mesmo estando com a minha família, distante de você, eu não desgrudaria do meu celular, pra poder lembrar o quanto eu tava com saudade, o quanto eu precisava te ver, o quanto eu queria ter te levado junto comigo. Eu iria no cinema com você, eu te chamaria de amor pela primeira vez.  Eu não voltaria no tempo, eu viveria o agora. Eu te ligaria todas as noites, eu optaria acordar caindo de sono no outro dia, porém feliz por ter dormido com a sua voz. Eu faria, com um guardanapo da padaria, um coração de origami, pra te presentear. Eu dormiria e acordaria pensando em você, te mandaria milhões de mensagens de manhã cedo pra que você acordasse pra falar comigo. Eu te encontraria sempre que você quisesse, eu ficaria mau humorada quando não te visse, eu me sentiria em paz apenas com o teu abraço. Eu lamberia teu rosto, eu degustaria o teu beijo, eu sentiria todos os teus milhões de perfume, eu deitaria na tua pele macia. Eu ficaria braba por você detestar minha surdez no telefone e não repetir pela segunda vez. Eu reclamaria por você roncar, eu te faria uma massagem. Eu gostaria de você, eu te acharia perfeita mesmo com todos os teus defeitos, que eu, de fato, não vejo. Eu sentaria em qualquer lugar, porque tua companhia é maravilhosa até pra andar de ônibus. Eu tiraria uma música pra você no violão. Eu brigaria por ciúmes. Eu te faria um carinho, eu te daria um cheiro, eu te esquentaria com um abraço nos dias de frio, eu compraria o teu chocolate favorito. Eu deixaria você embarcar no ônibus e depois de 5 segundos eu te mandaria aquelas mesmas mensagens dizendo ''eu já estou com saudade''. Eu gostaria de você, assim como você é. Eu desvendaria todas os pensamentos das pessoas de uma roda, menos os teus. Eu morreria de saudade toda vez que te desse um beijo de ''até amanhã''. Eu diria te odiar, mesmo sabendo que eu poderei te amar. Eu esperaria aqui pra sempre, só pra te ver sorrir.

sábado, 16 de junho de 2012

Genérico do ''Vicodin''

Sem querer descobri que quem quer mesmo se suicidar, consegue. Procurei na internet, é mais fácil que se cortar com a gilete, são apenas 87 comprimidos de hidrocodona. A dose letal, dependendo da tolerância que estaria em torno de 50 ou 60 miligramas, ou mais. Se você tomar todos os 87 comprimidos, tomaria mais de 650 miligramas, o que é suficiente para alguém com meu peso. Tenho só 47 quilos. Alguém que pesasse 55 quilos, morreria com apenas 10 comprimidos. Acho que 87 dariam conta. Acredito que não tem nada mais triste do que sentir-se tomado pelo sentimento terrível do vazio da vida, não ter interesse nas atividades do dia a dia, como comer, trabalhar, ler, fazer sexo ou outras coisas comuns. Passar muito tempo dormindo. Normalmente o suicídio é visto como um último recurso, algo em que as pessoas pensam quando a vida se torna insuportável, impossível de ser vivida. Você consegue imaginar o tamanho da sujeira que isso causaria? Causaria uma bagunça tentar se matar, seus familiares e amigos iriam te encontrar e teriam que limpar tudo. Porém, encontrei a solução, pensei que pudéssemos entrar no mar... tomar todos os 87 comprimidos e deixar o corpo cair devagar, no bater das ondas. Adormecer eternamente sem que ninguém encontre o seu corpo. Não estou influenciando ninguém a nada, só quero que esse drama tenha um fim, quero que esse policiamento dos pais para com os filhos acabe e que diminua a busca de ajuda psíquica. Ninguém que deseja mesmo se matar opta por uma gilete. As pessoas são tolas. Se você deseja chamar a atenção pratique coisas boas para que as pessoas se sintam reconhecidas e reconheçam o seu ''trabalho'' também. Eu não decidi me suicidar, eu acho que a vida faz sentido. Adoro comer, normalmente não me incomodo com o meu trabalho, leio sempre, saio com os amigos pelo menos umas duas vezes por semana, sou absurdamente apaixonada pelo que optei cursar na faculdade, sinto-me no meu estado de excelência fazendo qualquer coisa, toco meu violão (mesmo desprovida de uma voz bonita e sem ter muita coordenação motora para improvisar arranjos musicais) e quando não estou em uma relação onde tenha sexo regularmente, me masturbo muito. Quanto a dormir muito, bem que eu gostaria, mas a minha jornada requer muito mais do que o tempo que tenho, ou o que um dia de 24 horas pode me oferecer. Durmo 5 horas por dia e nem por isso acordo mau humorada, acho que ver o sol nascer desperta um interesse pela vida em mim. Se eu não gostasse de onde estou, não estaria voluntariamente aberta para discutir sobre vários assuntos com pessoas distintas. Acredito que sempre há um caminho para fazer o sonho acontecer. Uma encruzilhada surge pra te deixar confuso, mas o verdadeiro caminho a seguir será uma determinação sua, sem intervenções do ''estado''. Vontades, anseios e desejos. Acho que estou encarcerada na minha vida, ''institucionalizada'' é uma palavra melhor, é como se o tribunal estivesse me obrigando a algo. Sinto-me inteiramente feliz e não aceito justificativas de quem não encontra um motivo sequer, para continuar.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Atributos diferentes incontroláveis

Seria genial escrever algo sobre o que eu sinto e confesso, que seria mais incrível ainda se eu conseguisse descrever exatamente meus momentos, o que sinto cada manhã quando tiro os meus pés da cama e fixo-os no chão. Seria sensacional descrever esse mutirão de emoções e essa complexidade de sensações que, de fato, sinto. Fome de mundo, sede de palavras e ideias. Explorar o mundo, o prazer e a felicidade. Eu diria que sou hedonista, acho que este é o único padrão que sigo por ser um estudo grego que estuda uma teoria ou doutrina filosófica-moral que afirma ser ''o prazer'' o supremo bem da vida humana. Concordo e apenas deixaria incluso ao meu conhecimento as ideias alheias, para me acrescentar... sugaria tudo de bom que há em você, como um dementador... e esclareceria que a palavra ideal pra me definir seria: flexibilidade; a  palavra chave: auto-estima. Quais são suas opiniões políticas? Quais são suas crenças religiosas? De onde tiramos a base para justificarmos nossos sentimentos? Você tentaria definir... apenas tentaria porque nenhuma base teórica realmente concreta temos, pois ainda estamos iniciando nosso ciclo de conhecimento. Se você sabe onde quer chegar, já sabe que deve começar. Sair do casulo, voar, desprender-se do que te torna incapaz de viver da maneira que você deseja, fugir dos corvos, escapar da fumaça que vem das fábricas e procurar na imensidão o bosque mais lindo e puro pra voar, o céu mais azul para avistar. Iniciar um novo plano, construir uma nova meta, desafiar-se a falar em público, tremer, levantar da cadeira e correr... correr contra o tempo, fazer 10 minutos do seu dia valerem a pena, comprar flores pra enfeitar sua casa, comprar um livro barato em um sebo pra renovar a prateleira que está esquecida no seu quarto. Conhecer novas palavras, descobrir, sonhar, acordar, transparecer, viver. Tirar o pó do móvel inútil abandonado na sala. Decorar um poema e declamar. Beber, vomitar. Acho importante o momento, esse tornou-se meu princípio, favorecer momentos bons ao próximo, porque essa é a única forma de ser lembrada de forma pura, digna de um respeito saudável, sem sofrimentos e ressentimentos, sem mentiras e enganos. Deixe o chilique te invadir, a perna tremer sem querer. Se o prazer é configurado com total ausência de dor, eu afirmaria que ele é dominado pela razão, logo, existe a moderação, o equilíbrio, a convicção de que podemos solucionar da maneira como almejamos tudo que queremos. Faça um desenho, doe pra alguém. Escolha uma música, dedique-a. Transforme tudo que puder. Opte pela mudança e com toda certeza, você jamais será esquecido por tornar, de forma única, algo simples em ''o dia perfeito'' de alguém.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Live curious

Você respira...
Se você respira, você fala
Se você fala, você pergunta
Se você pergunta, você pensa
Se você pensa, você pesquisa
Se você pesquisa, você procura experiencia
Se você procura experiência, você deseja aprender
Se você deseja aprender, você quer crescer
Se você quer crescer, você deseja
Se você duvidar não esqueça que foi você quem questionou...
Você questionou para entender se você sabe.
E se você sabe, você quer saber mais...
E se você quiser saber mais, nós estamos vivos.

domingo, 6 de maio de 2012

Ambiente virtual de aprendizado



"A certa altura do filme Crimes e Pecados,
O Personagem interpretado por Woody Allen diz:
"Nós somos a soma das nossas decisões".
Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta
e de lá nunca mais saiu.

Compartilho do ceticismo de Allen:
A gente é o que a gente escolhe ser,
o destino pouco tem a ver com isso.
Desde pequenos aprendemos que,
ao fazer uma opção,
estamos descartando outra,
E de opção em opção vamos
Tecendo essa teia que se convencionou chamar
"minha vida".

Não é tarefa fácil.
No momento em que se escolhe ser médico,
Se está abrindo mão de ser piloto de avião.
Ao optar pela vida de atriz,
será quase impossível conciliar com a arquitetura.
Se é a psicologia que se almeja,
Pouco tempo sobrará para fazer o curso de odontologia.
Não se pode ter tudo.

No amor, a mesma coisa:
Namora-se um, outro, e mais outro,
Num excitante vaivém de romances.
Até que chega um momento em que é preciso decidir
Entre passar o resto da vida
Sem compromisso formal com alguém,
Apenas vivenciando amores
E deixando-os ir embora quando se findam,
Ou casar e através do casamento
Fundar uma microempresa,
com direito a casa própria,
orçamento doméstico e responsabilidades.

As duas opções têm seus prós e contras:
Viver sem laços e viver com laços.
Escolha.

Morar em Londres ou numa chácara?
Ter filhos ou não?
Posar nua ou ralar atrás de um balcão?
Correr de kart ou entrar para um convento?
Fumar e beber até cair?
Todas as alternativas são válidas,

Mas há um preço a pagar por elas.
Quem dera pudéssemos
Ser uma pessoa diferente cada 6 meses.
Ser casados de segunda a sexta
E solteiros nos finais de semana,
Ter filhos quando se está bem disposto
E não tê-los quando se está cansado.
Viver de poesia!

Por isso é tão importante o autoconhecimento.
Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros,
Estagiar em várias tribos,
Prestar atenção ao que acontece em volta
E não cultivar preconceitos.
Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas,
Elas têm que refletir o que a gente é.
Lógico que se deve reavaliar decisões
e trocar de caminho: ninguém é o mesmo para sempre.
Mas que essas mudanças de rota
Venham sempre para acrescentar
Ao caminho anteriormente percorrido.
A estrada é longa e o tempo é curto.
        Quanto menos a gente errar, melhor.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Araucárias

Busco palavras, metáforas, analogias, mas elas não funcionam verdadeiramente, elas são tênues aproximações das imagens que vejo, e só eu, com meu egoísmo, vejo. Vou tentar explicar: se teu mundo é vazio, eu sinto necessidade de frequentá-lo. Você pode passar por todos os caminhos que imaginar, e se por fim parar no sótão inábitado, eu estarei lá. Tu me deixa feliz com meias palavras. Eu estou aqui e não vou a lugar algum, espero que acredite, como eu confio em ti.

O grito

Eu me formei. Todas as garotas dançaram valsa com os pais, mas eu dancei com o meu irmão. Foi engraçado, já que nenhum de nós sabia o que fazer. Ele me rodopiava e eu me sentia a estrela da pista de dança, nem liguei de incomodar os outros convidados. Tinham era inveja da nossa criatividade. Eu sorri feliz das minhas conquistas, de ter chegado lá. Mesmo que você nem soubesse que lá era meu destino, mesmo que você nem parecesse se importar. E eu não senti sua falta. Não é triste isso? Eu já te chamei de pai. Mas buscando passado e revivendo emoções, essa é uma palavra digna de merecimento. E você, longe de merecer, parece desprezá-la. Ou talvez apenas ignore seu significado. E eu, que nunca fui mãe nem pai, expliquei diversas vezes qual era o seu papel na minha vida. Olha, você tem que se preocupar com as minhas notas do colégio e o meu programa de tv preferido. Você tem que me amar, porque é o que os pais fazem. E quando você sentir esse amor, me liga e diz isso. Sente minha falta de vez em quando e me manda um e-mail só pra comentar que ouviu a música que eu gosto e lembrou de mim. Ou melhor, não faça nada disso. Nada vai me recuperar. Pior que o ódio, só a indiferença. Eu caminho entre esses dois estados numa rapidez inconclusiva, esquecendo da sua existência 365 dias por ano e odiando você quando sua voz ao telefone estraga meu dia. Esse é o seu problema: a mania de deixar as coisas pela metade. Por que você não desaparece pra sempre? Sua vida permaneceria igual sem mim. Confesso que chorei lendo o cartão de aniversário que você me mandou. Mas agora é tarde. Eu não vejo você há mais de um ano e você vem com palavras fáceis, achando que pode mudar uma vida inteira em poucos minutos... Não chorei de saudade, nem de arrependimento. Chorei de angústia, mágoa. Raiva, até. Você tem atrapalhado meus planos de independência, atormenta minha vontade de ser confiante. Eu nem acredito mais nos homens por sua causa: E se um dia eu resolver me casar e me deparar com um homem como você? Eu nunca me apaixonei. Nunca confiei em ninguém. E é tudo culpa sua. Você nunca mais me viu. Não sabe mais a cor dos meus cabelos, se engordei ou emagreci... Não sabe que mudei meu curso de faculdade, mudei meus sonhos. Desisti de sonhos. O tempo continua correndo, tenho tanta coisa presa em mim. Só queria que você soubesse que eu não precisei de você. Que a sua vingança contra minha mãe não deu certo. Que descontar nos filhos suas frustrações só fez com que eu ficasse mais amarga, mais descrente. Sou seletiva e não sei manter amizades.Isso te faz melhor? Diminuir todos à sua volta, te fez maior? Essa sua solidão ridícula é o que você queria? O sonho da sua vida era passar o natal sozinho assistindo tv? Então, parabéns. Você cumpriu sua missão no mundo. Chegou a hora de você sumir de vez.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

A tanga na manga

Tenho profunda pena das pessoas que sofrem. Não me refiro às pessoas que sofrem eventualmente. A compaixão que tenho é das pessoas que sofrem sempre, das pessoas desiludidas, dos que não têm mais esperança, daqueles para quem a vida não sorri nunca. Em suma, tenho pena das pessoas que todas as manhãs acordam para um pesadelo. Elas têm certeza de que, ao despertar pela manhã, serão mais uma vez assaltadas pela adversidade dos seus dias vazios e insossos. Há pessoas até que têm tanto terror de acordar pela manhã e com isso se defrontarem com seu sofrimento sem solução, que, quando pela bexiga são acordadas na madrugada, sentem alegria por terem ainda duas ou três horas para dormir e falta ainda esse tempo para não toparem com o pavor de acordar pela manhã e terem de bater novamente contra os rochedos duros da desilusão. São milhões de pessoas cuja vida não te maior solução, seja pelos salários miseráveis que recebem, seja pelas encrencas familiares que vivem e que as colocam em um beco sem saída, seja por outros tantos motivos que tornam a vida infértil, triste, desenganadora, irreversivelmente maldita. Tenho pena profunda das pessoas desvalidas, dos que não têm e nunca mais terão horizontes em suas vidas. Não pode haver desgraça maior do que ter de acordar-se pela manhã e manter a certeza de que a vida continuará inútil, fútil, amassante e desesperadora. Essas multidões de pessoas tontas, sem direção, sem alegrias, sem nada ou ninguém que possa emprestar um sentido digno para suas vidas, essas pessoas me causam comiseração. São farrapos humanos que já se acostumaram com o infortúnio, vivem vegetativamente, são pessoas absolutamente secundárias no cenário dos atores da vida que, se não têm sucesso na existência, pelo menos lutam pelo êxito, agasalham-se na esperança de dias melhores. Pobres árvores secas da genealogia humana, ninguém lhes dá nem presta atenção, são personagens desintegrados do tecido social, vivem à margem da civilização e pertencem ao que se pode chamar de monturo da vida sensitiva da cidade. Elas já se acostumaram tanto à infelicidade, que não tem mais forças sequer para soluçar. Elas vivem à espera da morte sem coragem mínima de se suicidar. Não posso desconhecer a sorte das pessoas e por não desconhecê-la é que minha vida quase também não tem possibilidade de ser conscienciosamente exitosa em face de tamanha iniquidade.

domingo, 1 de abril de 2012

01:35h am

''A gente pode morar numa casa mais ou menos, numa rua mais ou menos, numa cidade mais ou menos, e até ter um governo mais ou menos. A gente pode dormir numa cama mais ou menos, comer um feijão mais ou menos, ter um transporte mais ou menos, e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro. A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos.O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum. é amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos, ter fé mais ou menos, e acreditar mais ou menos. Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos.''(Chico Xavier)

11 de setembro de 2001


''Na vida a gente tem que entender que um nasce pra sofrer enquanto o outro ri.''

sexta-feira, 30 de março de 2012

In my head there's only you now

Se eu pudesse escolher entre me apaixonar ou não por você... eu escolheria me apaixonar, escolheria o mês de março, o dia 3, escolheria novamente Garopaba, a mesma roupa, a maquiagem discreta, o cabelo para o mesmo lado, eu diria novamente ''cara... eu posso?'', eu deixaria um cigarro se perder pra te dar aquele beijo. Eu escolheria sair pra te encontrar à noite, eu perderia o precioso tempo conversando sobre coisas sem sentido naquele lugar de lanches perto da pista de skate, eu deixaria você sentar naquele banco que parecia uma mesa. Eu acordaria no dia seguinte às 11 horas da manhã e ficaria com o celular grudado esperando a tua mensagem de "terei que te ver hoje". Eu te chamaria de little ou 1,29m. Eu ficaria com teus fones no bolso, pra ter a certeza de que te veria no próximo dia. Eu sentiria a mesma tristeza daquele domingo, de saber que eu tinha encontrado mas que eu estava indo embora, pra Florianópolis. Eu passaria a semana pensando na possibilidade de existir um segundo amor de verdade, ou então, um tipo de sentimento a primeira vista, ou melhor primeiro beijo, pensando no quanto eu podia me tornar patética por ter permitido com que tu entrasse em minha mente a partir de uma noite. Eu escolheria contar as horas para chegar em casa depois da faculdade pra deitar na cama e trocar mensagens com você... até dormir, ou te ligar pra ouvir tua voz. Eu deitaria na mesma cama com você, conversaria a madrugada toda sobre o passado, te contaria a minha vida e ouviria sobre a sua. Deitaria na pista de skate novamente, escolheria linger pra ouvir com você e optaria contemplar as estrelas junto de ti, eu imploraria novamente pelo teu grampo de cabelo pra guardar na minha caixinha de recordações, eu guardaria minha passagem de Florianópolis à Garopaba de lembrança. Eu faria carinho na Sofia por saber que você ama gatos. Eu escolheria fazer contagem regressiva pra te ver no próximo final de semana, eu escolheria sorrir na frente do meu celular lendo uma mensagem ''você tira os meus pés do chão''. Eu deixaria todas as pessoas dentro da casa da Vic e aceitaria seu convite de fugir com você pro gramado, eu rolaria novamente com você na grama, eu mandaria você deitar e olhar pra lua, eu declamaria aquele mesmo poema. Eu te pediria em namoro da mesma forma, eu aceitaria o seu pedido também. Eu te beijaria de todas as formas: normal, árabe, homem-aranha, indiano, helicóptero e outras que a gente se desafiou encontrar, pra não enjoar. Eu me aproximaria dos teus amigos pra me sentir próxima de você. Andaria em todas aquelas ruas pra ir na caixa d’água ver toda a cidade, o mar e o pôr-do-sol. Arrancaria 2 margaridas amarelas do canteiro da rua pra gente fazer bem-me-quer mal-me-quer. Eu te abraçaria na praia pra te esquentar, eu suportaria novamente carregar o violão até a casa do Pedro. Eu deixaria você rir do jeito que eu masco chiclé. Acordaria mais cedo pra te ver dormir, buscaria água quando você acordasse pra matar sua sede e insistiria mil vezes pra você tomar banho depois da aventura no mar... pra você não ficar com gripe.  Choraria de felicidade lendo sua mensagem matutina ''In my head there's only you now''Sentiria novamente aquela vontade louca de correr pra rodoviária sempre que chegasse em casa, e te juro que seria muito feliz sentindo o que as palavras não conseguem descrever: o momento de embarcar naquele ônibus. Então, viajaria 87 quilômetros ao teu encontro, buscaria a resposta da minha pergunta sobre estar ou não apaixonada. Viveria os nossos finais de semana sem mudar nada e voltaria com a mesma vontade de ficar que eu senti naquele domingo e continuaria aqui me fazendo muitas outras perguntas sem respostas, afinal tem coisas da qual não podemos escolher e ficarmos juntas não se inclui na listagem, você me ensinou que não saberemos nunca o que tem atrás da porta se nós deixarmos ela fechada. Eu escolheria mil vezes você. Com carinho B.

domingo, 25 de março de 2012

Deixa o teu ser mudo me fazer falar

Andanças. Uma vida baseada em conto de fadas, notícias e manifestações, sem rotina, uma alimentação aos trancos e barrancos, uma meta nova pra cumprir, uma vida desejada, tudo novo de novo. Motivos pra rir e pra chorar, uma saudade, várias lembranças, um alguém que não me completa mas que me transborda, a alegria plena de poder acordar mais uma manhã. Encontrar. Essa estação é mais da alma do que da natureza, a musicalidade das sombras, o perfume das folhas secas que estão se renovando, a vida que você está construindo, um deserto, um céu aberto, um trilha sem fim, um mar cheio de ondas que você precisa pular, precisa superar.  Acreditar. Um caminho novo construído com muita fé. É por isso que as pessoas crescem, a mente se organiza, tico e  teco, a idade permanece. Olho pra noite, luz acesa e mesa lá fora, a estrela cadente passa tão rápido quanto os anos que estive perto da família, onde até o gosto da comida eu podia sentir melhor e as cadeiras da mesa não estavam vagas. Apreciar. A felicidade pode estar em qualquer lugar. Bancos, praças, cidades. Um mapa, livros e até mesmo um rádio velho que toque sua música preferida.

all you need is love

Se você está sofrendo por causa de um amor perdido eu tenho más notícias: não há nada que você possa fazer e não há ninguém que possa ajudá-lo... Na melhor das hipóteses você vai ter um amigo paciente que vai te levar pra um bar e ouvir suas queixas e eventualmente buscar você em um bar e levá-lo pra casa com segurança nos dias em que você se comportar como um bobo. Na verdade até existe alguém capaz de curar sua dor, mas esse alguém não costuma ter pressa, ele se chama tempo, portanto, procure levantar sua cabeça e dar um passo adiante por menor que seja porque você ainda tem um longo caminho a percorrer dentro desse inferno. Ter pena de si mesmo não vai ajudar em nada e por mais que você não acredite eu posso garantir que você sente algum prazer em cultivar esse sofrimento... Sim, estar triste é sua forma de exercer a paixão quando o alvo dessa paixão já se foi, você está usufruindo do seu direito de viver eternamente apaixonado, isso é ótimo, prova que você é um romântico... Mas coisas ótimas não costumam ser baratas e você tem que pagar seu preço, em algum momento tudo isso vai passar e nesse caso quando o furacão for embora ele não deixará destroços, tudo estará em seu devido lugar como se nada tivesse acontecido e você vai recuperar suas noites de sono, vai se sentir revigorado, vai estar feliz consigo mesmo, vai levantar sua autoestima, você vai estar pronto pra entregar seu coração à outra pessoa, mesmo correndo o risco de parti-lo em mil pedaços novamente, porque o amor sempre vale a pena!

Sempre haverá um chinelo velho para um pé torto

Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada. Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável. Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada ''dois em um'': duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável. Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto. Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém.

quarta-feira, 21 de março de 2012

As coisas vão dar certo

Te desejo uma fé enorme. Em qualquer coisa, não importa o quê. Desejo esperanças novinhas em folha, todos os dias. Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo. Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes. Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito. Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria. Tomara que apesar dos apesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz. As coisas vão dar certo. Vai ter amor, vai ter fé, vai ter paz – se não tiver, a gente inventa. Te quero ver feliz, te quero ver sem melancolia nenhuma. Certo, muitas ilusões dançaram. Mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas, como velas. Que seja doce. Repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante. Que seja bom o que vier, pra você.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Leprechaun 25 de junho de 2011

Chorar é dizer em lágrimas, tudo o que o coração por orgulho não é capaz de dizer em palavras. Quando você se encontra desprevenida dos acontecimentos que podem se fazer presentes, os momentos ganham mais vida. Nenhuma palavra a mais, nenhuma a menos, eu estava desprovida de qualquer conteúdo que me fizesse melhor do que outras, te senti tão perto, talvez mais perto do que você pudesse se fazer. Lembro do teu sorriso, dado somente para mim naqueles poucos minutos, lembro-me de toda sua face, curva por curva, até seu corpo colar no meu e eu sentir o quanto você era realmente capaz de me fazer feliz.

terça-feira, 13 de março de 2012

Não existe distância

Demorei muito para acreditar na mais louca e cruel verdade: quem gosta de você vai te tratar bem. Quem gosta de você se importa, quer o melhor, te procura, te liga, te dá satisfação. Quem gosta quer estar junto. Quem gosta demonstra. Quem gosta faz planos. Quem gosta apresenta para a família e amigos. Quem gosta manda uma mensagem bobinha só pra dizer que ama. Quem gosta carrega uma foto sua pra ver quando dá saudade. Quem gosta abraça na hora de dormir. Quem gosta dá um beijo de boa noite e de bom dia. Quem gosta aguenta suas reclamações, sua cólica infernal, suas manhas e manias. Me desculpa, mas não existe medo que seja maior que um sentimento. Não existe timidez que seja mais forte que uma declaração de amor. Não existe distância que deixe uma relação morrer se as duas pessoas querem ficar coladinhas. Não existe estou-dividido-entre-ela-e-você. Quem gosta pode se perder, mas sempre vai saber pra onde quer voltar.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

É preciso saber amar?

Geralmente pensamos que o amor é algo que nos ‘’acontece’’ no decorrer da vida, e que basta ‘’encontrá-lo’’. Porém talvez isso não seja assim tão simples... Afinal, já nos perguntamos se saberemos reconhecer o amor quando ele ocorrer? Ele não poderá passar despercebido? Ou podemos nos enganar, mesmo quando parecer ser nítido e aparentemente óbvio?
Ora, na vida nada é totalmente óbvio. Quando começamos a indagar, percebemos que sempre há mais para conhecer sobre todas as coisas, inclusive sobre nós mesmos. E a experiência ensina que muitas vezes nos iludimos em relação às coisas mais simples. Talvez o amor seja algo que exige de nós algum conhecimento para vivê-lo, talvez algo que não ‘’acontece’’ simplesmente se não estivermos suficientemente preparados para vê-lo, para mantê-lo e para vivê-lo. Mas, se for assim, isso signfica que devemos aprender a amar? E, para amar, deveríamos aprender a viver? Em que consistiria o aprendizado do amor? Se não aprendermos a reconhecer o amor, pode ser que o deixamos escapar de nossas vidas?
O aprendizado do amor deve ser compreendido em etapas. Em primeiro momento amaríamos os corpos belos e, depois , a beleza das formas. Mais adiante, deveremos considerar a beleza que está nas almas, mais preciosa que a dos corpos e, elevando-nos nos graus do amor, poderemos por fim ver a beleza daquilo que está no princípio de todas as coisas. Mas já aprendemos a amar a beleza do Universo? A humanidade? A própria existência? Em que consistiria este amor? O que devemos aprender para encontrá-lo? O que devemos aprender para ver a beleza das almas?
O amor tira-nos o sentimento de estranheza e nos enche de familiaridade. Pois amar e ser amado são modos de partilhar intimidade a existência. Amar é ser o expectador da existência de alguém, e ser amado é deixar alguém ser o expectador íntimo da sua própria existência. Mas este expectador não é inerte. Deve produzir algo no outro. Pois o amor deveria fazer o outro crescer em ‘’potência’’. Então, como amar para que ambos sejam felizes? Ou será possível amar sozinho? Mas será amor realmente se for assim? Com quais sentimentos podemos confundir o amor?

09:02h am

Difícil conseguir se desprender daquilo que a gente mais gosta, ou aquilo que a gente julga necessidade de sobrevivência. Dependo mais do meu ver e sentir do que do pensar. Pensava com frequência antes de ter encontrado mil maneiras de tentar abstrair tudo o que já vivi, e confesso que acertei ao fazer isto. Sinto-me levitar pela tamanha incapacidade de simplesmente não me importar mais com o que os outros tem a declarar. Quando alguma coisa torna-se importante e fundamental, descobrimos que somos incapazes de abandoná-las. Te ligar tornou-se um hábito fundamental, ouvir tua voz uma terapia importante e te abandonar minha nova incapacidade.

Eu sei

Tem momentos que ficamos rodiados por um mar que parece não ter fim, não é? E enquanto tentamos resolver problemas pendentes, vem mais ainda. Eu sei que é difícil, eu sei que você já tentou de tudo. E sei que você se sente incompreendido quando te dizem pra se esforçar mais. Eu entendo, porque eu passo isso todos os dias. Todas as pessoas passam por isso. Até quem é podre de rico. Mas, tenta entender, que um dia passa, e tudo vai mudar. Você vai finalmente ver que todo o esforço valeu a pena. E não vai ter mais pessoas no seu pé, querendo te dizer o que fazer, e reclamando de tudo. Um dia você vai ser livre, vai ser independente, e vai ver que esse mar tem fim. E vai nadar nele sem se perder, sem se afogar. Você já vai saber o que fazer e até onde nadar.

07 de janeiro de 2009

Te procurei em vários lugares,
nos bosques, colinas,
montanhas, cidades poluídas.
Te procurei em rostos,
gestos e corpos.
E em nenhum desses lugares te encontrei,
simplesmente me cansei.
Eu estava sofrendo de monofobia,
o tempo mesmo já dizia, 
vivi uma fantasia.

Férias de inverno

I, julho de 2009
Nos trilhos do trem, caminhávamos lentamente, o vento suave e gelado tomava conta do nosso ambiente. Nada importava para nós; a única coisa que tornava prioridade para mim era deixar-me submergir pelos prazeres ali presentes. As casas próximas eram desprovidas de qualquer material ou utensílio moderno e as galinhas já cacarejavam sem parar. A medida que os momentos foram sendo vividos, sentiamo-nos pojadas. Sua poliformidade de beijos foi o que predominou. Eu podia sentir suas mãos geladas junto ao meu corpo quente. Queria simplesmente desvanecer com você, pelo mundo a fora. Podíamos afirmar, sem dúvida alguma, estávamos vivendo uma repressão de sentimentos e emoções. Você era feérica, dotada de expressões que me encantavam. Nada estava sendo criado, tudo estava sendo eternamente transformado. Entretanto, o mais melancólico e cruciante, era saber que você iria partir. Restavam-me apenas meras recordações. Eu gostava exageradamente de você.



II, julho de 2010
Algum tempo se passou. Dirigi-me ao mesmo lugar e oque encontrei? Nada, apenas um vazio enorme. Eu não sei se devo sentir nostalgia ou se devo acreditar que será uma utopia eu reviver momentos passados, estou desprovida de conteúdo. Não consegui sentir aquela pessoa feérica, dotada de expressões que me encantavam, agora eu só me deixava levar por um sonho. Os costumes haviam mudado, as casas mais próximas eram providas de utensílios domésticos modernos; características que o tornam distintas do outro inverno, aquele que no qual passamos juntas. Não posso andar me entregando desesperadamente por ai numa tentativa inútil de me achar quando na verdade tudo que eu preciso é continuar me perdendo em você pra ser quem eu sou. Não posso mais fingir que eu sou forte quando tudo está desmoronando desde aquele adeus. Sinto-me vazia. Você consegue me entender? Eu não posso mais. Estou impossibilitada de continuar vivendo uma perda que não passa, uma despedida de quem não foi. Esperar? Não consigo. O pôr-do-sol já não existia mais, fato ocorrido pela sua ausência. Me despeço de mim, mas nunca de você. Apenas afirmo que adoraria reviver, sempre vou procurar desviar meus olhares e tentar encontrar esta compatibilidade que sinto entre nós com algum desconhecido vagando em um trilho de trem.

Com carinho B.

Certo e errado

Certo e errado são convenções que confirmam-se com meia dúzia de atitudes. Certo é ser gentil, respeitar os mais velhos, seguir uma dieta balanceada, dormir oito horas por dia, lembrar dos aniversários, trabalhar, estudar, casar e ter filhos, certo é morrer bem velho e com o dever cumprido. Errado é dar calote, rodar de ano, beber demais, fumar, se drogar, não programar um futuro decente, dar saltos sem rede. Todo mundo de acordo? Todo mundo teoricamente de acordo, porém a vida não é feita de teorias. E o resto? E tudo aquilo que a gente mal consegue verbalizar, de tão intenso? Desejos, impulsos, fantasias, emoções. Ora, meia dúzia de normas preestabelecidas não dão conta do recado. Impossível enquadrar o que lateja, o que arde, o que grita dentro de nós. Somos maduros e ao mesmo tempo infantis, por trás do nosso auto-controle há um desespero infernal. Possuímos uma criatividade insuspeita, inventamos músicas, amores e problemas e somos curiosos, queremos espiar pela fechadura do mundo para descobrir o que não nos contaram. Todo o resto. O amor é certo, o ódio é errado e o resto é uma montanha de outros sentimentos, uma solidão gigantesca, muita confusão, desassossego, saudades cortantes, necessidade de afeto e urgências sexuais que não se adaptam as regras do bom comportamento. Há bilhetes guardados no fundo das gavetas que contariam outra versão da nossa história, caso viessem a público. Todo o resto é o que nos assombra, as escolhas não feitas, os beijos não dados, as decisões não tomadas, os mandamentos que não obedecemos, ou que obedecemos bem demais – a troco de que fomos tão bonzinhos? Há o certo, o errado e aquilo que nos da medo, que nos atrai, que nos sufoca, que nos entorpece. O certo é ser magro, bonito, rico e educado. O errado é ser gordo, feio, pobre e analfabeto, e o resto nada tem a ver com estes reducionismos, e nossa fome por idéias novas, e nosso rosto que se transforma com o tempo, e nossas cicatrizes de estimação, nossos erros e desilusões. Todo o resto é muito vasto. E nossa porra-louquice, nossa ausência de certezas, nossos silêncios inquisidores, a pureza e inocência que nos mantem vivas dentro de nos mas que ninguém percebe, só porque crescemos. A maturidade é um álibi frágil. Seguimos com uma alma de criança que finge saber direitinho tudo o que deve ser feito, mas que no fundo entende muito pouco sobre as engrenagens do mundo. Todo o resto e tudo aquilo que ninguém aplaude e ninguém vaia, porque ninguém vê.