sábado, 22 de dezembro de 2012

Aperte o cinto

Quando quiser dizer adeus
Não diga
Simplesmente vá,
não se perca
a estrada pode ser longa.
Ria e chore
como o rio que corre
nas pequenas cidades do meu interior
Liberte-se
Estrague-se
Vicie-se!
Vicie-se na felicidade...
Entre em contato com a natureza,
Você pode ter certeza
que o mundo não nos pertence mais,
acredite que és capaz
e assim vencerás

Ande, corte as curvas
E pegue um atalho
Desvie do orvalho,
Escape dos buracos
Acelere,
porque se tem uma coisa que o tempo não tem
é pressa.



sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Nascer do sol

É difícil dizer,
sei que só o tempo irá me entender.
Quantas coisas ficaram pra trás?
E se ficaram... foram banais?
Me sinto só
Tento entender teus passos
mas não sei onde estou pisando.
E nesses olhos
por trás, existe dor
onde ninguém precisa ver,
muito menos entender.

Morro das pedras, 05:41h am

domingo, 16 de dezembro de 2012

Para quem já viu o mundo se acabar

Para quem já viu o mundo se acabar mais uma vez como eu, em céu escuro e coração partido. Não se pode acreditar em fim de tarde quente. Para quem já chorou ouvindo o próprio nome, por às vezes ser uma agressão estar dentro de si mesmo, os olhos que ardem já não ficam tão vermelhos quanto antes. E para quem ainda acredita que um sorriso entregue - separado por um vidro, pelo ar, pelo tempo - é capaz de despertar uma partícula de esperança num constante desânimo. A vida sorri dando boas-vindas. Eu aprendi com alguém que não se deve esperar um lugar melhor para morar do que a própria consciência, mas isso não me serviu. Tive dias em que me perdi. Dias em que eu gritava de longe e não me ouvia. Dias em que eu era suficiente para sentir tudo, menos à mim. Não me encaixei no que era certo. Mas, um dia, eu não fiz nada. "Quando você não se encontra aí dentro, é porque te levaram. Olhe pra rua, olhe nos rostos." Olhei. Uma coragem de brilho nas íris acenava. Acenava, quase não atravessava a rua. Parecia que era lá que eu tinha perdido a minha alegria. Eu, que já quis fugir, que já quis deitar, que já quis calar. Sou mole. E as pessoas moles também são contagiadas por sorrisos. A vida me da boas-vindas quando me deixa respirar ao raiar do sol. Ninguém tem culpa se tenho um sentimentalismo pesado. Nasci para morrer. Mas, antes, me comprometi a desvendar sorrisos, coragens que deixaram abandonadas na estrada. Sou, antes de tudo, quem já saiu de mim. Já fui além, já voei caindo. E quando se tem chance de perder e encontrar sua melhor parte, a vivência fica como um milagre. Possível, apesar de tudo.

"Você é o amor da minha vida"