quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Junto com a neve a morte

Caminho rapidamente sobre o meio da rua
encima da faixa que divide as duas pistas
a neve caindo sobre meu corpo
sinto-a e aperto com a mão
verifico que ela é real
tão leve que parece algodão
e me sinto feliz
escorregando entre os flocos já existentes
que tomam as calçadas e outras ruas
O vento sopra com força
estou só e avisto um homem à frente
vestindo sua farda de policial
um desconhecido, ali comigo
sou tão leve que o vento me leva
me arrasta com uma força bruta
vinda da revolta da natureza
que o homem mesmo causou
e com o vento me levando
perdendo a coordenação e direção
grito e imploro socorro ao policial
e meus olhos vão se fechando lentamente
sinto a vida indo embora
outra vez outrora, minha voz ecoa entre os prédios
implorando salve-me
e o homem fardado se aproxima,
consigo sentir tudo indo embora
a morte chegando outrora
e junto com a angústia da partida
meus olhos se fecham 
e a vida acaba de uma forma repentina.
Abri os olhos num susto de um pesadelo
sentando bruscamente na cama
gritando socorro dentro de quatro paredes 
Hoje acordar 
foi melhor do que sonhar.