terça-feira, 14 de maio de 2013

Transtornos transtornados

Resolvi cuspir a amargura
e joguei fora toda a fartura

Expeli todos os meus anseios
como despojados sofrimentos
como portas escancaradas
ou mulheres mal-amadas

Quero vomitar a rebeldia
sair dessa moradia
e solucionar o transtorno profano
não faça desse poeta um insano

Quero cagar na cabeça do diabo
e nos "caras" que representam o Estado
Quero acabar com o mensalão
e com a burguesia
e todos esses estereótipos sinonimados
criados em nossa sociedade
perturbada
e quase acabada.

Pascoal Simone, 678

Fiquei de sumir
mas pedi pra ele resumir
e ele continuava vomitando palavras em cima de palavras
formando frases 
textos com crases
linhas e mais linhas sem fim
ele pregava o evangelho
acredita que depois de velho
Deus entrou na sua vida
e amenizou sua ferida
Não só vomitada palavras 
como também olhava firme em meus olhos
e disposta a me concentrar
resolvi relevar meu agnosticismo
resolvi dar uma chance para uma nova teoria
quem sabe eu acreditaria
em um ser superior que concerta corações corrompidos
e elimine os comprimidos
Talvez eu possa sonhar com o paraíso
que o céu é um estado de elevação da alma
calada
gritando por dentro

sábado, 11 de maio de 2013

11

Acho que a vida é isso
ou pouco daquilo, nada disso
um tanto que vulgar
tão específica, sagaz
sento no banco de trás
olho para o horizonte passando lentamente
nem 60km/h
Acho que a vida é nada
um dia abrigo
noutro castigo
uma noite de mendigo
e depois vê quem é o verdadeiro cretino
sentado na calçada, do outro lado da rua
acho que a vida é dura.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

01:35h am

eis que o diabólico ser resolve existir
mas pra ter vida é preciso sentir

o orvalho das manhãs de inverno
o cheiro do pólen das flores na primavera
as flores secas caindo no outono
e o sol forte do verão

andamos conforme a estação


Em meio a tantas coisas:

- Alguém aqui já tentou preencher o vazio e conseguiu?

- Já tentei, até porque se está vazio é porque um dia já foi cheio, deve haver uma saída.

- Cheio de quê?

- Tão cheio do único sentimento que transborda.